Além do mel, que será descrito com maiores detalhes adiante, o produtor poderá obter renda de outros produtos como Cera, Própolis, Pólen, Pólen, Pólen, Polinização, Geleia real, Apitoxina.
Cera
Utilizada pelas abelhas para construção dos favos e fechamento dos alvéolos (opérculo). Produzida por glândulas especiais (ceríferas), situadas no abdome das abelhas-operárias. A cera de Apis mellifera possui 248 componentes diferentes, nem todos ainda identificados.
Logo após sua secreção, a cera possui uma cor clara, escurecendo com o tempo, em virtude do depósito de pólen e do desenvolvimento das larvas.
As indústrias de cosméticos, medicamentos e velas são as principais consumidoras de cera; entretanto, também é utilizada na indústria têxtil, na fabricação de polidores e vernizes, no processamento de alimentos e na indústria tecnológica.
Os principais importadores são: Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Japão e França; os principais exportadores são: Chile, Tanzânia, Brasil, Holanda e Austrália.
Própolis
Substância resinosa, adesiva e balsâmica, elaborada pelas abelhas a partir da mistura da cera e da resina coletada das plantas, retirada dos botões florais, gemas e dos cortes nas cascas dos vegetais. A própolis é usada pelas abelhas para fechar as frestas e a entrada do ninho, evitando correntes de ar frias durante o inverno.
Em razão das suas propriedades bactericidas e fungicidas, é usada também na limpeza da colônia e para isolar uma parte do ninho ou algum corpo estranho que não pode ser removido da colônia. Sua composição, cor, odor e propriedades medicinais dependem da espécie de planta disponível para as abelhas.
Atualmente, a própolis é usada, principalmente, pelas indústrias de cosméticos e farmacêutica. Cerca de 75% da própolis produzida no Brasil é exportada, sendo o Japão o maior comprador.
Pólen apícola
Gameta masculino das flores coletado pelas abelhas e transportado para a colmeia para ser armazenado nos alvéolos e passar por um processo de fermentação. Usado como alimento pelas abelhas na fase larval e abelhas adultas com até 18 dias.
É um produto rico em proteínas, lipídios, minerais e vitaminas. Em virtude do seu alto valor nutritivo, é usado como suplementação alimentar, comercializado misturado com o mel, seco, em cápsulas ou tabletes. Não existem dados sobre a produção e comercialização mundial desse produto.
Polinização
A polinização é a transferência do pólen (gameta masculino da flor) para o óvulo da mesma flor ou de outra flor da mesma espécie. Só após essa transferência é que ocorre a formação dos frutos.
Muitas vezes, para que ocorra essa transferência, é necessária a ajuda de um agente. Além da água e do vento, diversos animais podem servir de agentes polinizadores, como insetos, pássaros, morcegos, ratos, macacos; entretanto, as abelhas são os agentes mais eficientes da maioria das espécies vegetais cultivadas.
Em locais com alto índice de desmatamento e devastação ou com predominância da monocultura, os produtores ficam extremamente dependentes das abelhas para poderem produzir. Com isso, muitos apicultores alugam suas colméias durante o período da florada para serviços de polinização.
Embora esse tipo de serviço não seja comum no Brasil, ocorrendo somente no Sul do País e em regiões isoladas do Rio Grande do Norte, nos EUA metade das colméias é usada dessa forma, gerando um incremento na renda do produtor.
Dependendo da cultura, local de produção, manejo utilizado e devastação da região, a polinização pode aumentar a produção entre 5 e 500%. Dessa forma, estima-se que por ano a polinização gere um benefício mundial acima de cem bilhões de dólares.
Geléia real
A geléia real é uma substância produzida pelas glândulas hipofaringeanas e mandibulares_das operárias com até 14 dias de idade. Na colméia, é usada como alimento das larvas e da rainha.
Constituída basicamente de água, carboidratos, proteínas, lipídios e vitaminas, a geleia real é muito viscosa, possui cor branco-leitosa e sabor ácido forte. Embora não seja estocada na colmeias como o mel e o pólen, é produzida por alguns apicultores para comercialização in natura, misturada com mel ou mesmo liofilizada.
A indústria de cosméticos e medicamentos também a utilizam na composição de diversos produtos. A China é o principal País produtor, responsável por cerca de 60% da produção mundial, exportando, aproximadamente, 450 toneladas/ano para Japão, Estados Unidos e Europa.
Apitoxina
A apitoxina é o veneno das abelhas-operárias de Apis mellifera purificado. O veneno é constituído basicamente de proteínas, polipeptídios e constituintes aromáticos, produzido pelas glândulas de veneno nas duas primeiras semanas de vida da operária e armazenado no “saco de veneno” situado na base do ferrão.
Cada operária produz 0,3 mg de veneno, sendo uma substância transparente, solúvel em água e composta de proteínas, aminoácidos, lipídios e enzimas.
Embora a ação anti-reumática do veneno seja comprovada e o preço no mercado, seja muito atrativo, trata-se de um produto de difícil comercialização, pois, ao contrário de outros produtos apícolas, o veneno deve ser comercializado para farmácias de manipulação e indústrias de processamento químico, em razão da sua ação tóxica.
A tolerância do homem à dose do veneno é bastante variada. Existem relatos de pessoas que sofreram mais de cem ferroadas e não apresentaram sintomas graves. Entretanto, indivíduos extremamente alérgicos podem apresentar choque anafilático e falecer com uma única ferroada.